domingo, 15 de agosto de 2010

Quase nove anos depois.

Aos 12 anos, ela brigou com a mãe e saiu com uma amiga. No final da tarde ela voltou e sua mãe não estava ali. Estava no hospital. Em coma.
Ela insistiu para ir vê-la, e entrando no quarto enlouqueceu. Sua mãe estava entubada, respirando com ajuda de aparelhos... aquela não era a mãe que ela tinha visto há algumas horas atrás.
Seu primeiro pensamento foi se matar. Saiu correndo pelos corredores até a porta da frente do hospital, que dava de frente pra uma avenida movimentada e se jogou na frente do primeiro ônibus que passou. O motorista assustado freiou bruscamente, e alguém puxou seu braço com força. Estava só, sem pai e sem mãe. Nunca conhecera seu pai, por opção de sua mãe, e nunca lhe fez falta. Mas sua mãe? Seu ponto de apoio? Sim, estava só.
Sentou e chorou. E foi o que fez durante 3 dias, quando seu tio chegou em casa para buscar as roupas para vestir sua mãe para o enterro.
Aos 12 anos ela enlouqueceu. Virou uma pessoa completamente diferente do que costumava ser. Se sentia só. Antes eram ela e sua mãe. Pra tudo. E agora era ela, e mais nada.

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